Bebidas alcoólicas, mesmo em quantidades abaixo do limite diário recomendado, aumentam o risco de desenvolver câncer, segundo uma pesquisa em oito países europeus, que contabiliza pelo menos 13 mil casos de câncer por ano como culpa do álcool, incluindo tumores na mama, boca, esôfago e intestino.
Na Inglaterra, um em cada dez casos de câncer em homens e um em cada 33 casos da doença em mulheres é causado pelo álcool. Homens que bebiam mais de dois drinques (ou unidades, o equivalente a 125ml de vinho ou 234ml de cerveja) por dia e mulheres que tomavam mais de um drinque por dia foram relatados como em risco de câncer.
— Os resultados deste estudo refletem o impacto nos hábitos de dez anos atrás — disse a pesquisadora Naomi Allen, da Universidade de Oxford, ao jornal "Daily Mail", observando que o estudo tem acompanhado voluntários durante anos.
O Serviço Nacional de Saúde orienta que homens devem beber não mais que quatro unidades de álcool por dia, enquanto mulheres não devem ir além de três. Na Alemanha, 43,8% dos homens costumam exceder as três unidades, seguidos pela Dinamarca (43,6%) e Inglaterra (41,1%). Entre as mulheres, a ordem dos países se repetiu: as alemãs também bebem mais que o recomendado (43,5%), seguidas pelas dinamarquesas (41%) e pelas britânicas (37,7%).
Câncer na faringe, no esôfago e na caixa de voz são mais comumente causados pelo álcool, seguidos pelo câncer de fígado. Em 2008, o consumo (corrente e passado) de álcool causou cerca de 57.600 casos de câncer no trato digestivo, intestino e fígado na Dinamarca, Grécia, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido. Mais da metade desses casos foram causados pelo consumo maior que duas unidades alcoólicas por dia. Nos oito países onde a pesquisa foi feita, 21.500 casos de câncer no trato digestivo, intestino, fígado e mama em mulheres foram causados pela bebida, dos quais 80%, devido a mais de uma unidade de cerveja ou vinho por dia.
A pesquisa foi publicada no British Medical Journal e é parte da Investigação Europeia sobre Câncer e Nutrição (Epic, na sigla em inglês), que começou em 1992 e é um dos maiores estudos sobre a relação entre câncer e alimentação. Quando o estudo começou, 360 mil pessoas entre 35 e 70 anos foram acompanhadas para saber como o câncer se desenvolvia.
Fonte: O globo
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