Há efeitos colaterais que podem exigir tratamentos específicos ou alterações no plano de tratamento do câncer
A quimioterapia tem como principal objetivo
eliminar as células cancerígenas que formam o tumor. Os medicamentos
utilizados, na maior parte dos casos, não são capazes de diferenciar as células
malignas das células normais. Assim, dizemos que a quimioterapia possui ação
sistêmica no organismo do ser humano, ou seja, ela atinge tanto às células que
formam o tumor quanto às células sadias. O resultado disso é o aparecimento de
efeitos colaterais que são considerados normais ao tratamento e podem se
manifestar tanto fisica quanto emocionalmente.
Há
efeitos colaterais que podem exigir tratamentos específicos ou alterações no
plano de tratamento do câncer. Os mais frequentes são queda de cabelo,
ansiedade, náuseas, vômitos, anemia, fadiga e alterações renais e digestivas. É
importante ressaltar que grande parte desses efeitos é transitória, variam
entre os pacientes e em função do tipo e da combinação de drogas utilizadas.
Sendo que a maioria dos efeitos desaparece assim que o tratamento chega ao fim.
Alterações Sexuais
As
desordens sexuais são comuns e afetam cerca de 40% das mulheres e 30% dos
homens. A incidência é ainda maior nas pessoas com câncer em função do
resultado do tratamento ou do próprio tumor. Os problemas sexuais geralmente
são causados por transformações no corpo decorrentes de cirurgia, radiação ou
quimioterapia que podem causar alterações hormonais, fadiga, diminuição do
desejo sexual, tensão, depressão e ansiedade.
Essas
alterações se manifestam diferentemente no sexo feminino e masculino. A
quimioterapia na mulher pode provocar alterações nos ovários, mudanças nos
níveis hormonais e menopausa precoce. No homem, a quimioterapia pode gerar
mudanças hormonais, diminuição do fluxo de sangue no pênis e dano aos nervos
que controlam o pênis. Essas alterações podem produzir impotência ou disfunção
erétil.
Alguns
efeitos poderão melhorar com o término da quimioterapia. Por exemplo, é muito
frequente homens e mulheres relatarem a perda do interesse sexual durante a
quimioterapia e recuperarem o interesse ao terminar o tratamento.
Alterações nas Mulheres
§ - Sintomas de
menopausa em mulheres que ainda não chegarama a esta fase, como ondas de calor;
§ - Secura
vaginal e irritabilidade;
§ - Períodos
menstruais irregulares ou ausentes;
§ - Aumento da
secreção vaginal e prurido (coceira) vaginal;
§ - Falta de
interesse sexual;
§ - Sentir-se
preocupada, tensa ou deprimida por não ter relações sexuais e muito cansada
para ter relações sexuais.
Alterações nos Homens
§ - Não conseguir
ter orgasmos;
§ - Impotência;
- - Sentir-se
preocupado, tenso ou deprimido por não ter relações sexuais e muito cansado
para ter relações sexuais.
Dicas para as mulheres
§ - Converse com
seu médico sobre a existência de alterações nas relações sexuais durante o
tratamento quimioterápico. Elas são comuns na maioria das mulheres, mas sempre
é melhor receber orientação de um profissional de saúde;
- - É muito
importante não engravidar durante o tratamento quimioterápico, já que os
medicamentos utilizados podem afetar o desenvolvimento do feto, sobretudo
durante os três primeiros meses;
- - Se não
estiver na menopausa, comunique a seu médico para que ele possa orientar sobre
o melhor método anticoncepcional para você;
- - Em caso de
secura vaginal, converse com seu médico para a possibilidade de prescrição de um
produto para aliviar o sintoma;
-- Use roupas
íntimas preferencialmente de algodão. Não use calças ou shorts apertados;
- - Em caso de
sentir ondas de calor, evite usar muita roupa. Sempre tenha uma peça leve à mão
com a qual possa se agasalhar em caso de esfriar;
- - Mantenha-se
ativa, realize caminhadas ou outro tipo de exercícios físicos leve;
- Reduza o
estresse e pratique ioga, meditação ou outras formas de relaxamento.
Dicas para os homens
§ Converse com
seu médico sobre a existência de alterações nas relações sexuais durante o
tratamento quimioterápico. É sempre melhor receber uma orientação de um
profissional de saúde;
§ se camisinha
se tiver relações sexuais até 48 horas após receber quimioterapia. O uso de
camisinha é recomendado porque pequenas doses de medicamentos quimioterápicos
podem ficar no sêmen;
§ É muito
importante que sua parceira não engravide enquanto você recebe tratamento
quimioterápico. A quimioterapia pode danificar seu esperma e provocar efeitos
colaterais sérios ao feto.
Dicas para homens e mulheres
§ - Conversem de
forma aberta e honesta com o parceiro;
§ - Procurem
novas formas de compartilhar seus sentimentos e sua intimidade.
Anemia
O tratamento
quimioterápico pode afetar as células do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas). Isso ocorre porque os medicamentos atingem a medula óssea
que pode reduzir a produção de glóbulos vermelhos, responsáveis por conduzir o
oxigênio pelo corpo e, por isso, é necessário que o coração bombeie mais rápido
para compensar esta deficiência. A anemia pode apresentar sintomas variados que
incluem aumento do batimento cardíaco, falta de ar, fraqueza, tontura e fadiga.
Dicas para o paciente
§ Tente dormir
8 horas todas as noites. Durante o dia, procure se deitar ou descansar uma ou
duas vezes, por 30 a 60 minutos;
§ Limite suas
atividades e atenha-se às realmente importantes;§ Permita que outras pessoas o ajudem. Familiares e amigos podem auxiliar ao cuidar de crianças, ir ao supermercado, acompanhar as consultas agendadas ou realizar tarefas que necessitem de grande esforço;
§ Siga uma dieta balanceada, escolhendo alimentos que contenham as calorias e proteínas necessárias ao seu organismo. Tente manter o mesmo peso o maior tempo possível. Fale com seu médico, enfermeira ou nutricionista da equipe para receber orientação sobre a dieta mais benéfica.
§ É normal passar pelo sentimento intenso de medo ou receio em alguns episódios de nossas vidas. Durante o tratamento do câncer, não é diferente. Algumas preocupações estão mais presentes como a possibilidade de metástases, dor, dependência dos familiares e mudanças no corpo. A ansiedade é normal, desde a notícia do diagnóstico até o final do tratamento. Mas se atrapalhar a vida do paciente por um período prolongado, é recomendável procurar auxílio. A ansiedade pode ser classificada em:
Aguda
- Palpitações
- Aumento da
pressão sanguínea
- Dor no peito
-Falta de ar
-Calafrios
- Tontura e
tremor
Crônica
§ - Preocupação
excessiva e inquietação
- Tensão
muscular
- Insônia
- Irritabilidade
- Fadiga
- Dificuldade
de concentração
- Dificuldade
em tomar decisões
Dicas para o paciente:
§ Descubra
especificamente o que faz você ficar nervoso e com medo;
§ Compartilhe
os sentimentos com seu médico e seus familiares;
§ Tente dormir
bem;
§ Evite cafeína
e nicotina;
§ Pratique
relaxamento;
§ Mantenha-se
ativo e sociável.
Constipação
A
prisão de ventre (constipação) se refere à condição irregular do sistema
digestivo e à consistência endurecida e ressecada das fezes. Ela é comum em
pacientes submetidos a tratamentos contra o câncer e pode provocar dor, inchaço
abdominal, perda de apetite, náusea e vômito.
Dentro
das causas de constipação estão o uso de medicamentos, a falta de atividade
física, permanecer muito tempo prostrado, comer alimentos pobres em fibras e
não ingerir suficiente quantidade de líquidos.
Dicas para o paciente:
§ Beba bastante
líquido;
§ Coma
alimentos ricos em fibras como pão e cereais integrais, feijão e vegetais crus;§ Prefira frutas como ameixa, banana-d’água (nanica), abacaxi, melão, laranja, mexerica, mamão, abacate, uva, manga, morango, kiwi e melancia;
§ Evite limão, banana-prata, banana-maçã, jabuticaba, goiaba, produtos de pastelaria e embutidos;
§ Dê preferência a carnes magras, aves e peixes;
§ Realize atividade física: caminhe, pratique ioga, ande de bibicleta ou faça alongamentos. No caso de não poder andar, pergunte ao médico que exercícios são possíveis de se realizar deitado ou sentado;
§ Os laxativos devem ser tomados somente sob orientação médica;
§ Ao sentir vontade de evacuar, faça o mais rápido possível e evite esforçar-se excessivamente para não provocar hemorroidas;
§ Fale com o médico ou sua equipe caso não tenha conseguido evacuar por mais de dois dias.
Diarreia
A
quimioterapia e a radioterapia, principalmente as aplicadas na região pélvica,
podem causar alterações na mucosa do trato digestivo, modificando a absorção de
líquidos e a composição da flora intestinal. A diarréia é consequência dessa alteração
e acarreta excessiva perda de líquidos e eletrólitos.
Outros
medicamentos para tratar efeitos colaterais da quimioterapia, como constipação
ou infecções, também podem provocar diarreia. É importante preveni-la ou
tratá-la. O paciente deve notificar o médico ao menor sinal de dor, cólica ou
na ocorrência de até quatro evacuações ao dia de fezes predominantemente
desmanchadas ou líquidas.
Dicas para o paciente:
§ Alimente-se
várias vezes ao dia em pequenas refeições;
§ Hidrate-se,
pois pode haver grande perda de líquidos e é preciso repô-los. Ingira
aproximadamente dois litros de água por dia que podem estar distribuídos em
sucos, chás, sopas, gelatinas, isotônicos e água de coco;§ Beba lentamente e de forma constante. Evite líquidos muito frios ou muito quentes;
§ Coma alimentos com pouca fibra (arroz branco, torradas, bolachas, pão branco, batata, carnes magras e legumes cozidos).
§ Evite as gorduras;
§ Coma bananas, batatas e carnes que ajudam a manter um nível adequado de potássio, necessário para que os músculos funcionem convenientemente;
§ Evite verduras e frutas cruas, procure cozinhá-las;
§ Evite cafeína (café, chá-mate e chá preto), álcool, leite e derivados, gorduras, fibras, mamão, suco de laranja, suco de ameixa seca, repolho, brócolis, couve-flor, feijão, milho e alimentos temperados;
§ Mantenha a região anal limpa para prevenir irritações na pele;
§ Entre em contato com seu médico ou com a equipe responsável em caso de apresentar episódios diarréicos por mais de 24 horas.
Dor
Há certas quimioterapias que podem provocar efeitos secundários como
ardor, formigamento, lesões na boca, dor de cabeça, dores nas mãos, pés,
musculares e/ou de estômago. Esses efeitos são causados tanto pela doença
quanto pelo tratamento quimioterápico. Em caso de aparecimento de dor, o
paciente deve conversar com o médico ou com a enfermeira para receber
orientação.
Dicas para o paciente:
§ Quando
conversar com seu médico ou enfermeira descreva o local da dor, as
características, duração e a intensidade (leve, moderada ou severa). Outras
características devem ser citadas como desaparecimento espontâneo, ações usadas
para aliviá-la e até se ela é constante. No caso de tomar algum medicamento,
comente a frequência com que o toma, a quantidade e se está ou não ajudando;
§ Uma maneira
bastante eficaz para controlar a dor é tomar os medicamentos prescritos pelo
seu médico em horários regulares, mesmo se não estiver sentindo os sintomas no
momento. Isso é importante, principalmente, em casos de dor constante;§ Tome os medicamentos exatamente como seu médico lhe indicou. A dor é mais difícil de controlar se ficar esperando que passe. Não deixe que fique insuportável;
§ Relaxe, pratique meditação ou ioga. Isso pode ajudar a diminuir a tensão muscular, a ansiedade e a dor;
§ Comunique ao médico em caso de mudanças nas características da dor. Se isso acontecer, pode ser necessário modificar ou ajustar a medicação.
Insônia
A
insônia se caracteriza pela dificuldade em dormir, manter-se dormindo ou voltar
a dormir. Ela não é um efeito direto da medicação quimioterápica ou da
radioterapia. Entretanto, os mais diversos efeitos colaterais dos tratamentos
podem interferir na qualidade do sono dos pacientes.
Ao
longo do dia a insônia pode causar desconfortos como cansaço, perda de energia,
falta de concentração ou irritabilidade. Isso acaba afetando não apenas a
disposição, mas também a qualidade de vida e da saúde. Há medicamentos que
podem ajudar a aliviar a insônia, porém, só devem ser usados por curtos
períodos de tempo e sob orientação médica.
Dicas para o paciente:
§ Evite ou
consuma moderadamente café, álcool e nicotina, especialmente à noite;
§ Encontre
maneiras de relaxar como um banho quente, meditar ou ouvir música à meia-luz;§ Pratique atividade física;
§ Evite forçar o sono, pois pode gerar ansiedade e deixá-lo mais alerta;
§ Habitue-se a deitar e levantar no mesmo horário;
§ Evite refeições pesadas antes de deitar-se;
§ Busque um ambiente tranquilo, escuro e com temperatura agradável;
§ Restrinja o sono durante o dia e limite o tempo em que permanece na cama.
Mucosite
A mucosite é uma inflamação que pode levar a pequenas feridas na mucosa
da boca e ocorre, com certa frequência, durante o tratamento quimioterápico.
Uma vez detectadas as lesões bucais, o cirurgião-dentista realiza o tratamento
odontológico apropriado para eliminá-las. Uma sensação de queimação na garganta
também pode se desenvolver e gerar dificuldade para engolir (disfagia).
Dicas para o paciente:
§ Consulte seu
dentista antes do início do tratamento para que os possíveis focos de infecção
possam ser identificados e removidos;
§ Realize
inspeções diárias em busca de feridas, pontos vermelhos ou brancos e sinais de
dor. Nesse caso, avise o médico imediatamente;§ Seja rigoroso com a higiene bucal como escovação cuidadosa, aplicações tópicas de flúor regularmente e controle alimentar;
§ Chupe gelo ou picolé durante o tratamento ou quando sentir a boca seca e irritada;
§ Prefira uma escova macia, pasta de dente fluoretada e enxágue a boca com água e sal;
§ Faça bochechos com água bicarbonatada (1/2 copo de água filtrada e 1 colher de café de bicarbonato de sódio). Repita o procedimento até seis vezes ao dia;
§ Não utilize soluções para enxágue bucal que contenham álcool em sua fórmula;
§ Evite bebidas gasosas e alimentos duros, secos, ásperos, muito condimentados ou apimentados;
§ Ajuste a dentadura adequadamente, remova-a durante a limpeza e evite seu uso em casos de irritação;
§ Evite alimentos ácidos (laranja, abacaxi, limão);
§ Prefira os sucos de maçã e os néctares;
§ Dê preferência aos pratos leves e macios (purês, legumes amassados, cremes, pudins, gelatinas);
§ Cozinhe os alimentos até que fiquem pastosos;
§ Mantenha os alimentos em temperatura ambiente ou levemente frios.
Mudanças na
Pele
O
tratamento quimioterápico pode gerar mudanças na pele durante ou mesmo após o
procedimento. As reações podem variar de secura, vermelhidão e até mesmo acne.
Ao longo desse período, aumentam os riscos de queimaduras solares e
escurecimento cutâneo.
Na
maioria das vezes, as mudanças menores de pele melhoram após o término do
tratamento quimioterápico. Entretanto, algumas devem ser tratadas
imediatamente, já que podem ser permanentes. Confira abaixo situações em que o
paciente deve ficar alerta.
§ Reações
menores
Coceira, ressecamento da pele, erupções cutâneas, descamação e maior sensibilidade quando a pele é exposta ao sol.
Coceira, ressecamento da pele, erupções cutâneas, descamação e maior sensibilidade quando a pele é exposta ao sol.
§ Reações
importantes
Reação severa da pele em casos em que o local tenha recebido previamente
radioterapia e/ou quimioterapia que pode causar dor, vermelhidão ou bolhas.
§ Extravasamento
da medicação
Em caso de dor ou ardência durante a administração da quimioterapia, o paciente
deve comunicar o fato de imediato à enfermeira ou médico. Em alguns casos, a
agulha por onde se introduz o quimioterápico pode sair do lugar, provocando
esses sintomas.
§ Reações
alérgicas à quimioterapia
Comunicar imediatamente ao médico em caso de chiado no peito ao respirar,
coceira na pele, aparecimento de rash cutâneo (sentir o rosto ficar vermelho e
esquentar) ou urticária.
§ Radiodermite
ou radiodermatite
É uma lesão cutânea resultante de excesso de exposição à radiação ionizante, que geralmente se manifesta após uma ou duas semanas de tratamento.
É uma lesão cutânea resultante de excesso de exposição à radiação ionizante, que geralmente se manifesta após uma ou duas semanas de tratamento.
§ Úlceras de
pressão
Também conhecidas como “feridas de cama”, trata-se de ulcerações que se formam
onde há pressão constante em uma área do corpo por tempo prolongado.
Mudanças nas
Unhas
As unhas também podem ser afetadas durante o tratamento quimioterápico e
tornarem-se mais escuras, frágeis, quebradiças e até mesmo cair. Após algum
tempo, elas voltam a crescer.
Dicas para o paciente:
§ Use luvas
para proteger as mãos e as unhas ao lavar a louça, limpar a casa ou trabalhar
em jardinagem;
§ Não use
produtos que possam ser irritantes para as unhas e para as cutículas;§ Evite retirar as cutículas quando fizer as unhas das mãos e dos pés;
§ Comunique ao médico em caso de mudanças nas unhas ou se as cutículas ficarem vermelhas e sensíveis.
Mudanças no
Sistema Nervoso
A
quimioterapia pode causar efeitos colaterais no sistema nervoso. Alguns dos
sintomas que podem aparecer são:
§ Formigamento,
fraqueza e adormecimento nas mãos e nos pés;
§ Maior
sensibilidade ao frio;§ Dor ao caminhar;
§ Fraqueza, aumento da sensibilidade, cansaço e dor muscular;
§ Sensação de perda do equilíbrio (tontura);
§ Dificuldades para pegar objetos ou abotoar a roupa;
§ Tremores;
§ Diminuição da audição;
§ Fadiga;
§ Confusão e problemas de memória;
§ Depressão.
Dicas para o paciente:
§ Comunique de
imediato a seu médico se apresentar os sintomas descritos acima;
§ Procure
caminhar lentamente, segurar em corrimões, utilizar tapetes antiderrapantes,
remover obstáculos (cabos e tapetes);§ Sempre use sapatos ou tênis com sola de borracha;
§ Use luvas se estiver cozinhando, lavando louça ou trabalhando no jardim;
§ Descanse quando se sentir cansado, não espere ficar fadigado;
§ Se você notar que sua a memória está falhando, solicite a um familiar ou amigo que lhe ajude a elaborar planos de horários para tomar a medicação no momento correto. É importante anotar qual medicamento deve ser tomado e comunique ao médico se ocorrer essa dificuldade.
Náuseas e
Vomitos
Existem
tipos de quimioterapia que podem causar náuseas e vômitos. Enquanto algumas
pessoas nunca sentem esses efeitos colaterais, outras podem senti-las
intensamente. As náuseas e os vômitos podem aparecer minutos ou horas após o
início da infusão da medicação e podem permanecer por dias.
Se o
vômito ocorrer de forma intensa e frequente, pode causar desidratação (perda de
sal e água), desequilíbrio de eletrólitos (sódio, cálcio e potássio) e perda de
peso. O vômito agudo acontece nas primeiras 24 horas depois do tratamento
quimioterápico, enquanto o tardio persiste de dois a três dias. Para minimizar
o desconforto dos pacientes, a medicina dispõe de antieméticos (medicamentos
para controle de náusea).
Dicas para o paciente:
§ Uma maneira
de evitar os vômitos é controlar as náuseas. Para isso, a recomendação é
consumir alimentos e bebidas de fácil digestão. Planeje sua alimentação, há
pessoas que se sentem melhor quando comem antes da quimioterapia, outras
preferem não comer nada. Entretanto, deve-se aguardar pelo menos uma hora após
a quimioterapia para ingerir algum tipo de alimento ou bebida;
§ Realize cinco
ou seis pequenas refeições. Não ingira muito líquido antes ou durante a
alimentação e não se deite imediatamente após se alimentar;
§ Consuma
alimentos e bebidas mornas e frescas;§ Não consuma bebidas gasosas;
§ Evite alimentos e bebidas quentes ou fortes como café, peixe, cebola ou alho. Eles podem desencadear as náuseas e os vômitos;
§ Mantenha a casa com ar fresco e livre de odores. O cheiro do preparo de alimentos pode ser desagradável para o paciente;
§ Descanse após as refeições, de preferência sentado;
§ Abuse das torradas e dos biscoitos de água e sal, sobretudo pela manhã;
§ Relaxe e procure pensar em imagens positivas, que ajudem a mudar as expectativas e o temor relativos à náusea e ao vômito;
§ Antes do início da quimioterapia é bom relaxar praticando alguma atividade que goste como meditar, ler um livro ou escutar música. Isso fará com que sinta menos náuseas;
§ Verifique com seu médico se os medicamentos antieméticos estão fazendo efeito ou não. Comunique quando ocorrem náuseas e vômitos e a duração desses sintomas. Lembre-se de mencionar se vomitou logo após comer algum alimento, tomar alguma bebida ou algum medicamento.
Neuropatia
Periférica Induzida pela Quimioterapia
A
neuropatia periférica induzida pela quimioterapia (NPIQ) é um dos motivos mais
comuns para o abandono do tratamento pelos pacientes com câncer. Há a
possibilidade de formigamento, dormência, pontadas, ardência e aumento da
sensibilidade à temperatura. Ela começa geralmente nas mãos e nos pés, e sobe
gradualmente pelas extremidades.
A NPIQ
também pode gerar dor intensa que dificulta a execução de tarefas rotineiras
como abotoar a camisa, contar moedas ou caminhar. Cerca de 30% a 40% dos
pacientes com câncer, submetidos à quimioterapia, experimentam algum desses
sintomas. Pode ser um efeito colateral muito debilitante e não há como se
prever quem vai sofrê-lo e em qual grau.
Para
algumas pessoas, os sintomas podem ser atenuados ao diminuir a dose de
quimioterapia ou suspender temporariamente a mesma. Há casos em que sintomas
permaneceram por meses, anos ou mesmo indefinidamente.
Os
sintomas da NPIQ são geralmente tratados de forma similar a outros tipos de
nevralgia, ou seja, uma combinação de fisioterapia, terapias complementares
(como massagem e acupuntura) e medicamentos que podem incluir esteróides,
antidepressivos, antiepiléticos e opioides para controlar a dor severa.
Entretanto, nenhum dos tratamentos citados mostrou ser verdadeiramente eficaz
no tratamento da NPIQ e praticamente todos os medicamentos provocam outros
efeitos colaterais. Os medicamentos quimioterápicos associados a NPIQ são:
compostos de platina (cisplatina, carboplatina, oxaliplatina), vincristina,
taxanos (docetaxel, paclitaxel), epotilonas, bortezomib, talidomida e
lenalidomida.
Perda de
Apetite
Há fases do tratamento contra o câncer em que o apetite diminui, sendo
fato recorrente durante as aplicações de quimioterapia e menos frequentes nos
tratamentos radioterápicos. O paciente deve buscar alternativas alimentares que
permitam manter seu peso e sua energia. É preciso aceitar as mudanças de
apetite e paladar que podem ocorrer durante e depois do tratamento e entender
que elas são transitórias.
Dicas para o paciente:
§ Varie seu
cardápio e planeje-o com antecedência;
§ Alimente-se
levemente antes de ir dormir;§ Não se preocupe em manter hábitos alimentares anteriores ao início do tratamento;
§ Capriche no café da manhã. Normalmente, os pacientes têm mais disposição para comer nessa parte do dia;
§ Consuma alimentos sólidos antes dos líquidos para evitar ficar saciado muito rapidamente;
§ Faça pequenas caminhadas a fim de abrir o apetite;
§ Procure usar leite fortificado na preparação de pratos, chocolate quente e vitaminas;
§ Adote suplementos alimentares industrializados de acordo com a indicação de seu médico;
§ Utilize ervas aromatizantes (manjericão, alecrim e orégano) para adequar o gosto dos alimentos.
Prurido
(Comichão)
O prurido é mais comum nos casos de leucemia, linfoma e mieloma (câncer
de medula). Ele também é causado por insuficiência hepática ou renal, problemas
de tireóide, reação a drogas, pele seca e urticária.
Dicas para o paciente:
§ Coceira,
ressecamento da pele, vermelhidão, rash cutâneo e descamação: esses sintomas
podem ser aliviados com banhos curtos, usando uma esponja macia e um sabonete
suave. Evite banhos longos e quentes;§ Na hora de se enxugar, realize movimentos delicados e evite muito atrito com a toalha;
§ Use um creme ou loção após o banho;
§ Evite o uso de perfumes, colônias ou loções que contenham álcool em sua composição;
§ Não se exponha ao sol entre 10h e 16h. Em caso de sensibilidade, evite a luz solar direta;
§ Utilize um bloqueador com fator de proteção (FPS) mínimo de 30. Proteja também os lábios com batom ou protetor que contenha FPS de 15. Use roupas que protejam a pele, preferencialmente de cores claras, camisas ou blusas de algodão de mangas compridas, calças compridas, chapéus, bonés ou lenços;
§ Se houver alguma alteração na pele, comunique ao médico para que ele verifique se é uma reação ao tratamento ou não, e se existe a necessidade de realizar um tratamento específico para o problema.
Queda de
Cabelo
A perda de cabelo (alopecia) varia de intensidade dependendo da droga
utilizada e de acordo com a pessoa que está em tratamento. Ela pode ocorrer em
todo o corpo, mas é mais comum na cabeça. Há também casos em que não ocorre
perda de cabelo, mas mudança de cor e de textura. Isso ocorre pois alguns tipos
de quimioterapia danificam as células responsáveis pelo crescimento capilar.
A queda, em geral, começa duas ou três semanas após o início da quimioterapia e pode ocorrer lentamente ou em mechas. A duração da perda de pelos varia entre algumas semanas e meses. Esse efeito colateral, normalmente, é temporário. Após o término da quimioterapia, os pelos e os cabelos também voltam a crescer em cerca de dois a três meses.
A queda, em geral, começa duas ou três semanas após o início da quimioterapia e pode ocorrer lentamente ou em mechas. A duração da perda de pelos varia entre algumas semanas e meses. Esse efeito colateral, normalmente, é temporário. Após o término da quimioterapia, os pelos e os cabelos também voltam a crescer em cerca de dois a três meses.
Dicas para os pacientes:
§ Corte o
cabelo (aos poucos ou todo de uma vez). Isso lhe dará uma sensação maior de
controle sobre a queda e faz com que seja mais fácil manejar a perda;
§ Use bonés,
bandanas, lenços;§ Se preferir usar peruca, compre-a quando ainda tiver cabelos, escolhendo uma de tom parecido ao natural, confortável e que não machuque o couro cabeludo;
§ Tome cuidado ao lavar a cabeça e use um xampu suave, preferencialmente neutro. Enxugue a cabeça com uma toalha macia e com movimentos suaves, sem esfregar;
§ Não utilize artigos ou produtos que possam machucar o couro cabeludo como chapinhas, secador elétrico, tinturas para cabelo ou produtos de permanente;
§ Depois da queda do cabelo, é recomendável proteger a cabeça, especialmente o couro cabeludo, que pode estar sensível. Use chapéus, turbantes ou lenços;
§ Não fique em ambientes com temperaturas muito baixas ou muito altas. Use sempre um bloqueador solar para proteger o couro cabeludo;
§ Use travesseiros com fronha de cetim, tecido que cria menos fricção que os de algodão e pode ser mais confortável para dormir;
§ Fale sobre o que está sentindo em relação a perda de cabelos e não hesite em procurar ajuda psicológica. Muitas pessoas ficam chateadas, deprimidas ou envergonhadas com esse efeito colateral;
§ Lembre-se: seu cabelo voltará a crescer!
Fonte: cccancer.net
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